Festa de Preto Velho dia 12 de maio nos Caminheiros

Sempre fica perfume nas mãos de quem oferece rosas

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea e, assim, acabava a escravidão no Brasil. A abolição da escravatura colocava um ponto final em um dos mais tristes capítulos da história do Brasil. Milhões de negros foram trazidos da África para uma vida desumana, de sofrimento e de muitas lágrimas.

A data marca não só a interrupção de era de desumanidade, ela é consagrada, na Umbanda, às homenagens aos pretos e pretas velhas, que viveram no cativeiro e se mantiveram altivos na sua fé. Provavelmente nunca se saberá quantos sucumbiram diante dos açoites e da tortura desmedida imposta pelos senhores da terra e capatazes.



Tanta dor e injustiça engrandeceram os negros escravos pela sua fé em Deus e nos Orixás. Deixaram um legado incomum a todos que creem na espiritualidade, na Umbanda.
Tornaram-se espíritos de luz e símbolos de perseverança, de humildade e de crença inabalável nos poderes de Orumilá (Deus todo poderoso) e de Oxalá (Jesus Cristo).

Na Umbanda, pretas e pretos velhos formam uma das mais lindas correntes. Sábios, carinhosos, pacientes, ternos, emitem energias de serenidade e esperança a todos os irmãos. Eles são a expressão da solidariedade e fraternidade.

No próximo domingo, 12 de maio, os Caminheiros de Santo Antônio de Pádua vão render homenagens a essa falange maravilhosa, que está associada à ancestralidade africana, assim como os caboclos aos índios e os baianos aos imigrantes nordestinos. A festa começará às 19h30. Vinho, amendoim, café amargo, pipoca e muitas flores e ervas vão compor o cenário, onde todos irão agradecer a grandiosa assistência que pretas e pretos velhos nos dão sempre pela sua imensa generosidade.

Os pretos e as pretas velhas são símbolos de sabedoria, que se expressa nos conselhos, nas palavras de alentos para os sofrimentos daqueles que a sua interseção perante à Espiritualidade Maior a fim de que possam superar suas dificuldades espirituais e materiais. Eles são reconhecidos pela sua capacidade de manipulação das energias das ervas, dos minerais e de outros elementos da natureza.

Com ocorre com os caboclos, os pretos velhos também trabalham e vibram nas várias linhas da Umbanda, comandadas pelos orixás. Asim, há aqueles que estão ligados a Omulu e são mandingueiros poderosos. Outros vibram na linha de Oxóssi e sucessivamente.

No banquinho, com seu cachimbo, benzem com ramos de ervas, rezam o terço e fluidificam e aspergem a água, a fim de eliminar dos irmãos as energias negativas. Harmonizam o ambiente, médiuns e todos os irmãos. A característica desta linha, devido à elevação espiritual de tais entidades, é o conselho e a orientação. Agem como bons conselheiros, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.

Os pretos velhos se apresentam com nomes que individualizam sua atuação, do Congo ou de Angola, evidenciando sua atuação propriamente dita e procedência. Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram.

Normalmente, suas contas são sementes, como as de lágrima-de-nossa-senhora; búzios, adereços de osso ou de aço. As cores são preto e branco. Gostam de fumo de rolo; café amargo; vinho moscatel. Entre as ervas, destaca-se a arruda.
Adorei as almas!
Salve as pretas e os pretos velhos

Festa nos Caminheiros de Santo Antônio de Pádua
Dia: 12 de maio
Horário: 19h30

Para saber mais, acesse:http://www.oscaminheiros.blogspot.com.br/p/pretos-velhos.html

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